Em 1836, um jovem chamado Chan-Heung, que havia tido profunda formação em artes marciais sob a paciente orientação de um monge Shaolin chamado Choy-Fok, foi por ele apresentado ao famoso artista marcial Lay Yau-Shan. Então, Chan-Heung o seguiu para aprender Lay-Kar Kung Fu - um estilo conhecido por sua ferocidade de luta e movimentos rápidos – e, por oito anos, ele estudou os fundamentos desse estilo. Satisfeitos com o progresso e as conquistas de Chan-Heugn, Choy-Fok e Lay Yau-Shan o encorajaram a percorrer um longo caminho em direção à montanha Bak-Pai, situada na China central, para lá encontrar o “Monge Grama Verde” e aprender com ele o sofisticado estilo ”Budhist Palm” e seu poderoso golpe com a palma da mão.
Depois de pedir muito, Chan-Heung foi aceito pelo Monge Grama Verde e, sob as suas instruções, ele pode aprofundar seus conhecimentos sobre arte marcial. Quando voltou para casa, as suas habilidades no Kung Fu haviam se tornado soberbas e seu talento começou a ser admirado.
Já que a arte de Chan-Heung englobava a de seus três professores e também incluía suas próprias descobertas e experiências, ele havia estabelecido um novo, único e completo estilo de arte marcial. Para popularizar sua nova arte e torná-la fácil de ser identificada, Chan-Heung a chamou de “Choy Lay Fut”.
Já que a arte de Chan-Heung englobava a de seus três professores e também incluía suas próprias descobertas e experiências, ele havia estabelecido um novo, único e completo estilo de arte marcial. Para popularizar sua nova arte e torná-la fácil de ser identificada, Chan-Heung a chamou de “Choy Lay Fut”.
A principal razão da escolha desse nome foi porque Chan-Heung queria expressar o seu respeito e a sua gratidão aos seus professores. Esse espírito de “respeito por seu professor” era algo sempre enfatizado no Kung Fu Chinês. Dos nomes de seu primeiro e segundo professores, “Choy” e “Lay”, vieram as duas primeiras palavras que formam o nome do estilo de Chan-Heung. Como o seu terceiro professor, “Monge Grama Verde”, havia abandonado seu nome original devido à sua devoção budista, Chan-Heung usou a palavra “Buddha” (Fut) e a pôs para compor a terceira palavra do nome de sua arte. As três palavras “Choy”, “Lay” e “Fut” passaram juntas a denominar uma forma de Kung Fu chinês que veio para o presente e se tornou o mais popular estilo entre os praticantes.
De fato, o Choy Lay Fut contém a essência dos ensinamentos de Choy-Fok, Lay Yau-Shan e do Monge Grama Verde. Ao juntar a boa técnica desses três mestres, Chan-Heung adicionou sua própria experiência tornando essa forma de Kung Fu mais completa, flexível e ativa, e fazendo dela um poderoso, rápido e preciso método de defesa.
A ORIGEM DO KUNG FU
Apesar de contraditório, o Kung Fu, como forma de ação baseada em ataque, tem suas origens religiosas no Budismo, o qual prega a tolerância, a paciência e a não violência. O Budismo, criado na Índia por Sakyamuni (Siddhartha Gautama, o Buda), proclamava o ascetismo e a renúncia do mundo. Suas quatro verdades sagradas expunham a crença de que a vida é dor, analisando suas causas e provendo métodos de eliminá-las.
Em 525, atravessou a fronteira chinesa vindo da Índia o 28º patriarca do Budismo chamado Bodhisatwa Avalokistevara Bodhidharma (mais conhecido na China por Daruma Taishi), o fundador da facção “Chan”. Esse monge constatou a diversificação dos dogmas do budismo chinês e ingressou num templo da província de Honan, vulgarmente conhecido como “Templo Shaolin”. É dito que Bodhidharma sentou de frente para a parede de uma caverna por nove anos, desconhecendo até os ninhos de passarinho que se formavam em seus ombros. Sua sombra, segundo dizem, se gravou na parede da pedra. Talvez seja exagero, mas sua persistência deu estímulo ao crescimento e desenvolvimento das artes marciais shaolins. Bodhidharma recodificou o sistema ginástico denominado “Kung Fu” e filosoficamente comparou-o aos movimentos dos animais. Na mesma época, revolucionou o pensamento búdico universal, redescobrindo a meditação como caminho para o autoconhecimento. Por ser hindu, denominou essa prática pelo nome que era para ele mais justificado (Dhiyana). No entanto, para o sistema vocálico dos chineses, que usam ideogramas, essa palavra tornou-se impronunciável. Com o passar do tempo adaptaram-na para a terminologia chinesa “Ch’Anna” de onde veio o nome hoje conhecido por “Chan” ou “Ch’an”. A “Chan” transformou o obscuro e elaborado Budismo Indiano em uma forma de budismo adaptada à tradicional psicologia chinesa. Tolerou quase todas as formas de comportamento, exceto matar, roubar, saquear e o sexo. Como resultado, o Templo Shaolin recebeu numerosos monges que não eram aceitos por outras escolas budistas, como aqueles que bebiam ou que comiam carne. Foi essa tolerância não usual que ofereceu uma importante base para a existência e desenvolvimento das artes marciais shaolins.
Diferente dos outros monastérios, os habitantes do Templo Shaolin davam pouca atenção à vida ascética e tampouco estudavam as escrituras budistas. Sua rotina diária consistia em sentar de pernas cruzadas em frente à parede, de maneira a acabar com todos os pensamentos que os pudessem distrair, como fora pregado por Bodhidharma.
Longos períodos sentados causam obviamente grande desconforto e é necessário que se levante para restaurar a circulação. Assim, as dezoito rotinas do Shaolin foram inventadas. Pelos modernos padrões físicos, essas rotinas nada mais são do que exercícios de aquecimento, mas naquele tempo elas serviam como parte de um regular desenvolvimento do regime Shaolin. Assim surgiu o Kung Fu, inicialmente como uma série de exercícios para melhorar a saúde e posteriormente, como técnica de defesa pessoal.
Em 525, atravessou a fronteira chinesa vindo da Índia o 28º patriarca do Budismo chamado Bodhisatwa Avalokistevara Bodhidharma (mais conhecido na China por Daruma Taishi), o fundador da facção “Chan”. Esse monge constatou a diversificação dos dogmas do budismo chinês e ingressou num templo da província de Honan, vulgarmente conhecido como “Templo Shaolin”. É dito que Bodhidharma sentou de frente para a parede de uma caverna por nove anos, desconhecendo até os ninhos de passarinho que se formavam em seus ombros. Sua sombra, segundo dizem, se gravou na parede da pedra. Talvez seja exagero, mas sua persistência deu estímulo ao crescimento e desenvolvimento das artes marciais shaolins. Bodhidharma recodificou o sistema ginástico denominado “Kung Fu” e filosoficamente comparou-o aos movimentos dos animais. Na mesma época, revolucionou o pensamento búdico universal, redescobrindo a meditação como caminho para o autoconhecimento. Por ser hindu, denominou essa prática pelo nome que era para ele mais justificado (Dhiyana). No entanto, para o sistema vocálico dos chineses, que usam ideogramas, essa palavra tornou-se impronunciável. Com o passar do tempo adaptaram-na para a terminologia chinesa “Ch’Anna” de onde veio o nome hoje conhecido por “Chan” ou “Ch’an”. A “Chan” transformou o obscuro e elaborado Budismo Indiano em uma forma de budismo adaptada à tradicional psicologia chinesa. Tolerou quase todas as formas de comportamento, exceto matar, roubar, saquear e o sexo. Como resultado, o Templo Shaolin recebeu numerosos monges que não eram aceitos por outras escolas budistas, como aqueles que bebiam ou que comiam carne. Foi essa tolerância não usual que ofereceu uma importante base para a existência e desenvolvimento das artes marciais shaolins.
Diferente dos outros monastérios, os habitantes do Templo Shaolin davam pouca atenção à vida ascética e tampouco estudavam as escrituras budistas. Sua rotina diária consistia em sentar de pernas cruzadas em frente à parede, de maneira a acabar com todos os pensamentos que os pudessem distrair, como fora pregado por Bodhidharma.
Longos períodos sentados causam obviamente grande desconforto e é necessário que se levante para restaurar a circulação. Assim, as dezoito rotinas do Shaolin foram inventadas. Pelos modernos padrões físicos, essas rotinas nada mais são do que exercícios de aquecimento, mas naquele tempo elas serviam como parte de um regular desenvolvimento do regime Shaolin. Assim surgiu o Kung Fu, inicialmente como uma série de exercícios para melhorar a saúde e posteriormente, como técnica de defesa pessoal.
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